Fernando Pessoa Ortónimo
Fernado Pessoa foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa no ano de 1888. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.
Aos seis anos de idade, Fernando Pessoas foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três delas são em inglês. Durante a sua vida, trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor e aos mesmo tempo produzia as suas obras em verso e prosa.
Como poeta, era conhecido pelas suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objecto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra.
No dia 30 de novembro de 1935 o poeta morre vítima de uma crise hepática.
Temas recorrentes | Estilo |
- procura da decifração do enigma de ser; - fragmentação do eu. Perda da identidade; - observação pela análise, dor de pensar; - fuga da realidade para, o sonho; - Inquietação, angústia existencial, solidão interior, melancolia, resignação; - tédio, naúsea, desencontro com os outros; - Nostalgia do bem perdido do mundo fantástico da infância; - fingimento poético: transfiguração da emoção pela razão. |
- preferência pela métrica curta; - gosto pelo popular (uso frequente da quadra); - influência do lirismo lusitano (reminiscências de cantigas de embalar, toadas do romance, contos de fadas); - linguagem simples, espontânea mas sóbria; - criação de metáforas inesperadas. Uso frequente de oxímoro (paradoxo); - versos leves em que se recorre frequentemente à interrogação, à negação, às reticências. |
« A infância que lembramos não é, a infância que tivemos, as uma representação atual da infância; nem é preciso ter vivido uma infância feliz para que a infância seja para nós uma idade feliz»
Um dos temas abordados na poesia de Pessoa é a nostalgia do bem perdido no mundo fantástico da infância como é exemplo o poema "Ó sino da minha aldeia".
O desânimo e o vazio, dolorosamente vivido, no presente, reenviam o poeta para uma infância um tempo que, por natureza, se imagina feliz.
A infância é uma reconstrução intelectual de um tempo mítico, que se apresenta como feliz independentemente do que, na verdade, tenha sido vivido.
Esse tempo mítico é traduzido, na poesia de Pessoa Ortónimo, por meio de símbolos como: ama, contos de fadas, cantigas de embalar, jardins de sonho.
A infância não é vivida mas pensada como a imaginação " E eu era feliz. Não sei /Fui-o outrora agora".
"Não há felicidade senão com conhecimento. Mas o conhecimento de infelicidade é infeliz; porque conhecer-se feliz é conhecer-se passando pela felicidade, e tendo, logo já, que deixá-la atrás."
Um dos temas abordados na poesia de Fernando Pessoa Ortónimo é a "dor de sentir" presente no poema "Ela canta, pobre ceifeira", que nos mostra que a vida só vale a pena ser vivida quando vivida sem pensamento, uma vez que o pensamento, corrompe a inconsciência inerente à própria felicidade de viver.
O poema inclui a aspiração à vida instintiva. O poeta dirige-se à ceifeira, enfeitiçado pelo seu cantar: "Ah, poder ser tu, sendo eu!/ Ter a tua alegre inconsciência/ E a consciência disso!".
A dor do poeta é provocada pela consciência da sua lucidez que anseia pela libertação da dor de pensar para poder ser feliz.
Em síntese podemos concluir que o facto de sermos conscientes nos torna pessoas infelizes pois por vezes os pensamentos tomam contam de nós.